terça-feira, 13 de julho de 2010

INSISTÊNCIA EM REPETIR

Conta-se que, certa vez, no sul da China, um nativo foi convidado para assistir a uma série de conferências religiosas. Era uma homem simples, naturalmente, mas curioso e observador. Compareceu logo na primeira noite e gostou.
Os pensamentos do orador, embora estranhos para ele, não deixavam de ser interessantes. Voltou na noite seguinte e, ao término dessa segunda conferencia, arrasou consigo mesmo. "Ora, esse orador disse hoje quase que a mesma coisa de ontem".
Contudo nem tudo isso deixou de voltar nas outras três noites seguintes.
Na última noite, continuou no recinto, até que as pessoas se afastarem totalmente.
Assim a sós com o pregador, ele arriscou a seguinte observação:
- Afinal, pregador, por que motivo o senhor não fala de outras coisas igualmente interessantes e até mais abrangentes? Assisto a todas as suas conferências e o assunto foi sempre o mesmo: Buda. Não tem nenhum outro nome que passa ser mencionado?
O orador, maduro e muito experiente, sobretudo muitíssimo hábil, encontrou de imediato uma extra ordinária saída. Perguntou-lhe:
- Desculpe a minha curiosidade, mas o que o amigo come no almoço?
Como arroz, principalmente - respondeu o nativo com prontidão.
- E no jantar, qual e o seu prato predileto? continuou o pregador.
- Ainda o arroz - respondeu o chinês.
- O senhor costuma cear a noite antes de dormir? - insistiu ainda.
- Sim, fazemos isso todas as noites em nossa casa respondeu o nativo.
- E na ceia, o que a família costuma comer?
- Também arroz. Uma refeição só será completa pra mim se houver arroz.
- E, ontem, o senhor comeu arroz nas três refeições?
- Sim, praticularmente, só como arroz. Entendo que esse cereal me dá vida, força e saúde.
Depois desse diálogo, aparentemente tão sem importância, o pregador, em poucas palavras, prestou o mais profundo esclarecimento que aquele nativo carecia de ouvir para entender que o nome de Buda é o mais abrangente:
- Pois essa é justamente a razão de eu só falar com Buda. Ele é o meu amigo. Ele me enche a vida e a alma. Ele é capaz de preencher qualquer necessidade que eventualmente eu possa ter. Por causa desse tão maravilhoso relacionamento entre mim e Buda e em virtude das muitas bênçãos que dele recebo é que a minha boca não sabe falar de outra coisa. O meu coração está totalmente tomado por essas experiência. Não acha agora razoável a minha insistência em repetir, dia após dia, esse nome?

2 comentários:

  1. Bonito conto, gostei, mas o que gostei mesmo também é de saber sobre sua condição: de Esposa? Só posso desejar sorte e que possas conquistar o seu homem. Com o espírito da mulher amada e que ama, sem se importar nos tropeços que podemos ter na vida. Chegou mesmo a hora de conquistares o seu moço e cavalheiro, va enfrente Ivanete. Por certo, tenho vós visto os dois, andarem por aí, ele parece ser de boa pinta, é só você caprichar na conquista.

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  2. Por que o anonimato. Quem sois tu? Que queres?

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